quinta-feira, 25 de março de 2010

EUA CULPAM CHINA PELA CRISE


Os EUA decidiram intensificar as pressões para que a China altere sua política cambial, promovendo a desvalorização da sua moeda (iuane) e adotar a receita neoliberal do câmbio flutuante, sob pena de fortes sanções. Um projeto de lei esta sendo enviado ao Senado norte americano definindo retaliações. Trata-se de uma iniciativa dos senadores Charles Schumer e Lindsey Granham.

Esses dois parlamentares, anos atrás, elaboraram um projeto que estipulava um tarifaço sobre as importações provenientes da China. A idéia não prosperou à época, mesmo porque a moeda chinesa sofreu uma sensível valorização diante do dólar e a economia americana embora frágil, ainda não estava em crise.

Os líderes norte americanos estão culpando os chineses pela crise que abala o setor industrial do país. O déficit comercial dos EUA não é de hoje. Data de 1971, período em que as trocas com a China eram insignificantes, e em passado não distante foi também fonte de atritos com o Japão e Alemanha. Esse é um escandaloso parasitismo cultivado pelo Tio Sam, que achou por bem viver à custa alheia, comprando fiado, consumindo muito além dos meios que produz e incorrendo num endividamento que parece não conhecer limites.

Para se ter uma idéia comparativa, a dívida externa da Grécia, que tanta dor de cabeça está provocando na Europa, é uma fração insignificante dos débitos contraídos pelos EUA, que corresponde mais de três vezes o maior PIB do mundo. É este estilo de vida que explica o declínio do poderio americano; é o que promove a decomposição do domínio ianque, exercida com arrogância e brutalidade em todo mundo.

A crescente rivalidade com a China também embute preocupações estratégicas de Washington com a vertiginosa ascensão da nova potência asiática. Mas atitudes hostis podem ter efeito diverso do esperado. Afinal, os chineses são grandes credores dos EUA e a Casa Branca não pode prescindir do capital de Pequim para refinanciar sua dívida e preservar a credibilidade do dólar. Não é a primeira vez que o governo chinês se defronta com pressão para mudar sua política cambial. Se a China vender os papéis da dívida americana, apagam-se as luzes no EUA. Esses dois senadores norte americanos devem refletir muito bem antes de levar a diante seu projeto de lei, pois serão os principais responsáveis pela queda do seu império.

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