quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

AOS ÁRABES


Os árabes colaboraram prodigiosamente para o progresso da aritmética, da álgebra, da astronomia e inventaram a trigonometria plana e a trigonometria esférica. Será muito difícil avaliar o que a nossa civilização deve aos árabes nos amplos domínios do progresso científico.

Foi notável a contribuição dos árabes para o progresso da matemática. Não só pelas traduções e larga divulgação das obras de Euclides, de Menelau, de Apolônio, etc., como também pelas notáveis renovações metodológicas no cálculo numérico (sistema indo-arábico). A invenção do zero, por exemplo, é atribuída a um árabe, Mohammed Ibn Ahmad (do século X), que aconselhava em seu livro Chave da ciência: “Sempre que não houver um número para representar as dezenas, ponha um pequeno círculo para guardar o lugar”.

Aos árabes devemos, acima de tudo, o advento da Renascença, no período histórico em que se realizou. Vejamos o que dizem os sábios Santilana e Enriques: “Se os árabes fossem bárbaros destruidores como o foram os mongóis, nossa Renascença teria sido, pelo menos, gravemente retardada. Mas os estudantes muçulmanos não hesitariam ante longas e custosas pesquisas com fito de consultar e colecionar os preciosos textos antigos”.

E já naquele tempo (1234), construíram ao árabes uma universidade, verdadeira cidade dos estudos, onde se provia de tudo às necessidades dos estudantes. A primeira grande obra orientada dentro do pensamento democrático (e isso muita gente ignora) foi o Alcorão: “Aceitavam o Alcorão, mas queriam que fosse lícito interpretá-lo de forma compatível com um sistema de pensamento puramente lógico. Os pontos sobre os quais se discutia podem parecer atualmente bagatelas, mas sob eles se escondia problemas filosóficos de vasto alcance, como o da eternidade do mundo, da causalidade, do tempo, da razão suficiente”.

Enquanto, entre os cristãos, pontificavam os astrólogos e embusteiros, com suas charlatanices. Entre os árabes os astrônomos pesquisavam o céu e procuravam descobrir as leis que regem os infinitos de Allah: “Numa época em que do céu só vinham obscuros terrores e presságios, o único ponto do mundo em que o observavam com precisa intenção científica era o observatório de Al Batani ou o de Nassir Eddin”.

O povo árabe, não resta dúvida, pelo seu amor ao estudo das ciências, especialmente da matemática e da astronomia, foi o povo que mais colaborou para o progresso moral e material da Humanidade. Não há ciência que fale das harmonias da natureza com mais clareza do que a matemática. “Sem a matemática não nos seria possível compreender muitas passagens das Santas Escrituras” (Santo Agostinho).

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