segunda-feira, 26 de julho de 2010

A MÍDIA PAROU NO TEMPO


Apesar de não haver consenso entre aqueles que estudaram o processo eleitoral de 1989, as primeiras eleições diretas para presidente da República depois dos longos anos de regime autoritário, é inegável que a grande mídia, sobretudo a televisão, desempenhou um papel por muitos considerado decisivo na eleição de Fernando Collor de Mello. O jovem, desconhecido governador de Alagoas emergiu no cenário político nacional como o “caçador de marajás” e contou com o apoio explícito, sobretudo, da Editora Abril e das Organizações Globo.

O país realmente mudou. A velha mídia, todavia, insiste em “fazer de conta” que tudo continua como antes e seu poder permanece o mesmo de 1989. Aparentemente, ainda não se convenceu de que os tempos são outros. Em 2010 o país é outro, os níveis de escolaridade e renda da população são outros e, sobretudo, cerca de 65 milhões de brasileiros têm acesso à internet. A grande mídia, claro, continua a construir seu cenário de representação política, mas ele não tem mais a dominância que alcançava 20 anos atrás. Hoje existe uma incipiente, mas sólida, mídia alternativa que se expressa, não só, mas, sobretudo na internet. O eleitor brasileiro de 2010 é muito diferente daquele de 1989, que buscava informação política quase que exclusivamente na televisão.

Muita água ainda vai rolar antes do dia das eleições. Sempre haverá uma importante margem de imprevisibilidade em qualquer processo eleitoral. Se levarmos em conta o que aconteceu nas eleições de 2006, o poder que a grande mídia tradicional tem hoje de construir um cenário de representação da política dominante não chega perto daquela que teve há 20 anos. O que está em disputa nas eleições deste ano, são projetos já testados, que significam continuidade ou mudança. Este seria o verdadeiro cenário de representação política da disputa eleitoral para presidente da República. Apesar de tudo isso, a velha mídia finge que o país não mudou.

ADVERSIDADE SOCIAL


Ouvimos tanto pela imprensa opiniões de especialistas na solução de se ter uma cidade limpa com um visual agradável aos visitantes e moradores. Uns dos principais aspectos que mais agride nos debates, são os moradores de rua que perambulam pela cidade e vivem debaixo de pontes, em terrenos e casas desocupadas, até mesmo em praças públicas. A população passa olha e silencia como se o problema não é de sua responsabilidade e, culpa os ineficientes serviços sociais de sua cidade. Na verdade o serviço social na maioria das cidades brasileiras culpa as cidades próximas em trazer e desembarcar em sua cidade as pessoas consideradas indigentes.

Ninguém busca soluções, simplesmente transferem para outros a responsabilidade de amparar um ser humano ermo pela sorte, isso porque essa imagem foge e destrói as estatísticas de uma melhor qualidade de vida de cada cidade. Esse é um grave problema social que nenhum político se preocupa. É preciso que os responsáveis pelo serviço social de cada cidade busquem uma solução com planejamentos simples através de reuniões com moradores das comunidades e com o apoio da iniciativa privada. Muitas vezes o aproveitamento dessa mão de obra abandonada, descobre-se um potencial rico que cada indivíduo possa ter. Sempre existe um ser maravilhoso atrás de pessoas desmotivadas pela vida.

Nós seres humanos tidos como “civilizados” e “classe social superior” é que somos na verdade os indigentes de nossas obrigações. Precisamos olhar para nós mesmo e buscar a nossa humildade que esta recolhida e agasalhada pelo orgulho e a vaidade, irmos de encontro à única solução que é dar as mãos aos abandonados, que são nossos semelhantes, para assim estabelecer fundamentalmente a paz que tanto buscamos.

“Quando dou um pão a um pobre para matar a sua fome, me chamam de santo – mas quando aponto a causa da fome me chamam de comunista” (Dom Elder Câmara).

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O TRIUNFO DO CAPITALISMO


Enquanto os povos lutam por uma lenta evolução democrática que garanta a sobrevivência em condições mais dignas, o sistema capitalista entra triunfalmente na fase imperialista. Em um artigo um embaixador francês Pierre Charasse, fez uma análise clara da “Geopolítica da desaparição do Euro”. Com a assinatura do tratado de Lisboa as nações européias reunidas na UE entregaram a defesa militar a NATO e com a independência do Banco Central Europeu cedeu o comando das suas finanças nacionais ao FMI.
A Inglaterra apesar de participar da comunidade européia, preservou sua moeda Libra, que não se esvaiu no Euro, mantendo-se velha cúmplice com os Estados Unidos (que são o eixo da NATO e do FMI), cumplicidade essa herdada da ligação entre o colonialismo e o imperialismo. Os Estados Unidos não sofreram as destruições causadas pela Grande Guerra às nações ricas da Europa e fortaleceram os seus laços de financiamento tanto na Europa desenvolvida como no Terceiro Mundo empobrecido pelo colonialismo.
As nações mantiveram-se politicamente aliadas à potência norte-americana que, na criação de um sistema global, dinamizou a integração multinacional das grandes empresas e criou mecanismos comerciais e militares para exercer, em âmbito internacional, o controle indireto das estratégias capitalistas expansionista. Lentamente as nações européias foram absorvendo a cultura e os produtos norte-americanos como modelo de modernidade considerado “civilizado”.
Os movimentos de trabalhadores em toda a Europa, a começar pela Grécia que reuniu mais de cem mil pessoas nas manifestações de Atenas e a continuar com Portugal que reavivaram os valores das tradições de lutas. Se os governos sucumbiram ao domínio imperialista, os povos terão de conduzir as suas nações com a independência que as dignifica. Assim foi vencido o fascismo que provocou a Guerra Mundial. A melhor maneira de exploração do Capital pelo Capital, com a dizimação de cabeças em prol de outras...
O custo final é sempre caro e gerações inteiras das populações mais sofridas são quem sempre continuam pagando. Acredito ainda na Força do Povo pelo caminho da Democracia. Acredito na Luta pelo Direito de Falar, pelo Direito de Ouvir, pelo Direito de poder escolher um caminho melhor. Acredito também no Socialismo como instrumento para direcionar para o povo as conquistas do povo, assim como acredito na Democracia como instrumento para tornar o Governo numa instituição verdadeiramente Socialista. Socialismo e Democracia tem que caminhar juntos, lutando e trabalhando por uma vida melhor para o povo. O Brasil tem condições de colocar essa fórmula em prática sem guerra e se tornar um grande exemplo para o mundo. A caminhada é árdua e longa, mas estamos no caminho certo.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

COPA DE 2014 ESTA FORA DE ALCANCE


Apesar da confiança depositada pelos organizadores dos dois maiores eventos esportivos do mundo, ainda há uma montanha a ser escalada em termos de colocar a infraestrutura hoteleira, os transportes, os problemas com o trânsito, as favelas, as precariedades dos aeroportos e estradas, a deficiência no tratamento de águas e esgotos. Sem falar nos estádios que precisam estar em um alto nível internacional, para atender a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada do Rio, em 2016.

Os planos estão na mesa. A economia do Brasil está crescendo e os investidores estão fazendo fila. Mesmo assim parece estar fora de alcance, porque o panorama para a infraestrutura é profundamente irregular, como a tarefa de urbanizar favelas, evidenciada pelos recentes desabamentos no Rio, a melhoria lenta dos transportes públicos enquanto o país compra mais carros do que suas ruas comportam.

A confusão sobre as responsabilidades de Federação, Estados e Municípios sobre o tratamento de águas e esgoto, atrasos em projetos causados por falha de gerenciamento e o peso da burocracia, entre o que deve ser privatizado ou mantido sob o controle do governo. Sem desmerecer o potencial do brasileiro em transformar este grande evento em um sucesso mundial, será preciso um gerenciamento orquestrado pela iniciativa privada e sem a interferência burocrática do governo. Caso contrário tanto a Copa como a Olimpíada, ficarão fora de alcance.